quarta-feira, 28 de julho de 2010

Punho

Persistir em amar-te é a maior das punições terrestres. Tu matas-me a cada jura que compões.

Prova

Convence-me que te interessas porque o teu desdém já me arrelia a pele.

Pulso

Ontem rebentavas-me o peito, hoje avinagras-me o estômago. Desejo todos os dias que te convertas em algo não-humano. Algo que me arrebata com a sua convicção. Não é humano não. Tem carácter e não se vende a troco de “estatuto”. Não és homem não és nada. És talvez silhueta ou poeira de alguém. És mero parasita de acéfalos.

sábado, 17 de julho de 2010

Esófago

Atraco no teu peito magro que denuncia os pulmões. Escuto o coração com a palma da mão.

domingo, 11 de julho de 2010

(Pul)mão

Se esburacasse o tórax com toda a robustez desta afecção que abate a noite poderias tocar em luz corporalizada para ti, por ti. O lado esquerdo não oculta. O meu lado esquerdo roga por mais, muito mais. O “mais” que anseio todos os segundos. A tua pele envolve-me em nacos de mel. O rouge é extinto. Tu és reflexo em jarras de papoilas.