Talvez este seja o único lugar onde posso ser eu mesma longe de farsas cobertas de sorrisos de histerismo impróprios.
Sou apenas mais um ser sem rumo, completamente desorientado e alucinado. Sonhar com o impossível é loucura ou talvez seja loucura não lutar para que deixem de ser apenas sonhos selados na minha mente. A verdade é que não encontro as forças necessárias para tantas batalhas que tenho que travar contra os monstros presos no meu armário. Todos eles engolem-me cada vez que lhes toco. São bem maiores que eu mesma! Tenho medo do desconhecido e não me habilito a pisar terras novas.
Não me sinto deprimida apenas frustrada pelo meu futuro ser tão incerto. As certezas abandonaram-me. Nada se encaixa.
Todos parecem apoiar-me mas no fundo sou eu que tenho que me encontrar. A minha alma é como um gato de rua que vagueia a toda a hora sem dar satisfações. Limita-se a largar-me.
Pode ser que o meu destino seja esse: dona de uma alma viajante e indomável. Alma que salta de galho em galho à procura de um pouco de realização e estabilidade.
Sobrevivência complicada a minha, não?
Enquanto não achar o que me completa não vivo, sobrevivo.
Tenho o meu cérebro a 200 km /h. As ideias enganam-me e correm em direcções diferentes a toda a hora. O pior é que o meu coração consome todos os meus neurónios. Tudo que ele quer baralha a minha cabeça desequilibrada. Simplesmente não consigo pensar com o cérebro. Tudo em mim é emocional. No fundo sei qual é a minha vocação mas ela não alimenta o órgão mais importante do meu corpo frágil. Quero achar-me!
Comecei muito cedo a ter certezas que deveriam ter sido repensadas antes de embaraçar a minha mente toda. Sempre soube ou achava que sabia quais as minhas convicções. Fiz asneira da grossa! Perdi anos da minha vida a troco de mais complicações. Tenho o espírito cheio!
Não sei para onde me virar. Quais as minhas paixões? Elas existem...
Tenho a sensibilidade à flor da pele. Emociono-me com uma facilidade descomunal. Sonho, sonho, sonho... Sonho que posso voar! Eu quero voar.
Sou uma sonhadora nata. Consigo produzir os mais belos filmes na minha imaginação. Consigo ser quem quiser e vaguear de vida em vida.
Escrever liberta-me!
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1 comentário:
Há momentos em que ser a serpente é isto. É revoltar-mos dentro de alguém algo que já cá estava. Quase inconscientemente. E como eu te sei. Como eu sei o que te vai dentro e como de repente tu me abres o céu e eu vejo, justamente agora, repara, justamente neste instante. Como eu vejo Sara. Como eu vejo como complicamos tudo , como nos embrulhamos em tramas sem sentido e sem fim só para fugirmos do desconhecido. E agora, agora mesmo, agora que o meu coração soluçou eu vou gritar. Vou gritar. Vou cantar-lhes, encantá-las, traze-las para o ninho onde o fel nunca existiu, onde o ventre é quente e a terra sumiu. Agora. Agora mesmo.
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