quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Atrofio

Fulanos sem carácter que tentam moldar-se às particularidades dos seus rivais? Rivais são rivais porque em exacto momento são superiores. Superam-nos. Eu supero-te. Não tentes elevar-te até ao meu patamar. Não mais viverás. Eu estou cá de berço. Sou intelectualmente mais alta que tu. Eu respiro. Tu perderias o fôlego.

Maçãs

Corar sem acanhamento apenas por intacto nervosismo lerdo
deixa-me pensativamente satisfeita.

Pingos de rasto

São aves e felinos incógnitos
São translúcidos
São milhares
Caminham como um exército
Passos miúdos, apressados, nebulosos
Passos profundos
Fundos
São da pedra, do alcatrão, do céu
São meus, deles
Observo-os do banco castanho gélido
Não me chegam
Pegadas de segundos
Fundas, profundas, deles.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

56 anos

Parabéns a ti que és Homem
Parabéns a ti que és Pai
Parabéns a ti que és Exemplo
Parabéns a ti que és Vida
Estarei aí anos suficientes para te ver envelhecer com sabedoria de mestre
Estarei aí anos suficientes para te ver triunfar sobre todas as batalhas futuras
Estarei aí anos suficientes para te ver plátano de mil e uma folhas verdes.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Wohuh!

Sexta-feira (nossa)
Catraios na varanda ("oh bonita?!")
Indian Move no “Estádio do Mar” (UuUUuUuhHHhhhH...)
Pilas do Equador (ahah...)
Risadas medonhas (muahahahah...)
Seios fartos (boobs)
Estúdio improvisado (muito bom)
Decote (boobs again)
"Filmes" (belas fotografias)
Coca-cola (2 litros)
Batatas fritas (lisas)
Gelado 3 pecados (tu morango/eu chocolate/nata no meio)
Ding ding dong (touch me in my... tralala?)
Sábado (sono)
Cappuccino de Viena (espuma)
Somos alienadas por prazer.

Revelação

Contei-te todas as histórias pavorosas do meu actual íntimo
Surpreendeste-te com as minhas renovadas convicções
Fiz do segredo palavras
Tu sabes e aceitas-me com todo o amor que carregas.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Sala

Minúsculos pontos de luz iluminam a sala
Enchem-me de certezas incertas
Duas tranças indicam caminhos discrepantes
As cadeiras reflectem o meu conflito interno
O relógio diz-me que tenho despedidas a fazer
Deixa-me dormir aí
Desconfortavelmente aninhada no teu azul
Debaixo de toda aquela luz mágica.

02:02h

Posso escrever noite dentro? As palavras estão nas pontas dos dedos.

Spider

Sou aranha de varanda
Eu não escalo
Entro em casas abstractas
Faço teias entre as floreiras
São teias frágeis sem a soberania das árvores, do musgo, do orvalho ou dos cogumelos
Escuto gaivotas, pardais e galos
Sou abalroada por ventos de Este, Norte, Sul e Oeste
Aqui estou eu
Resistirei tanto ou mais que tu
Um dia invado um casulo e viro borboleta.

Banho

Tomba água a fervilhar do chuveiro
Gota a gota os males são conduzidos para o ralo
Fios de cabelo fixam-se nos dedos
A delicadeza da essência da espuma espreme-me a imundície
Fecho os olhos
Pingo
Escondo-me na cortina
Fujo do reflexo da minha força
Ela possuí algo
Eu vejo
Algo que me pode esfolar, esmagar, matar.

Orgão

Quero ouvi-lo. Quero segui-lo. Quero deixar a racionalidade de parte.

Moinho

Estou a assimilar. Os erros moem... Estão aqui, bem aqui.

Contraste 100%

O negativismo do egocentrismo é relativo
Simplesmente vivo-me já que ninguém me sabe
É o meu revolver
É arma poderosa de defesa pessoal
Penso em vós mas não excessivamente
Estou cansada de habitar na escuridão das migalhas
Levantei-me, ergui o queixo e vi-me.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Paper airplanes

Raios! Leva-me contigo. Carrega-me num bolso. Quero divagar. Quero fugir. Varres-me a recordação? Contigo viajava em paper airplanes.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Mundinho

Estou em território inimigo. Sou assombrada por duas criaturas inferiores. Eles não respeitam o meu espírito livre. Não sabem o conteúdo de tal palavra. Simplesmente deixam-se comprar. Vivem no mundinho medíocre da realidade do negativismo. Limitam-se a serem secos. Usam palas como os cavalos ou talvez como os burros.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Rota

Ontem sustentava um poro fundo no meu tórax definhado
Hoje respiro
Hoje olho em frente
Tenho a certeza que melhores dias virão e que o meu alento amenizará
Estou a aprender a viver fora da sombra dele
Estou a aprender a colocar-me em primeiro lugar depois de três anos e nove meses de pura entrega e devoção
Dei-lhe asas e esculpi-lhe um propósito.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Mundo meu

Mundo meu como isto me doí
Como isto me mata
Mundo meu como me custou dizer-te palavras
Mundo meu como me queimou sentir o teu cheiro
Como eu te quero nos meus braços
Mundo meu tu és vida em mim.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Escrita

Escrever sem sentido faz sentido. Censurar todas as regras de contexto. Não alusão a nomes. Balbúrdia! Iluminação divina do meu trilho. Escrita independente. Eu sou escrita livre.

Som

Caiem gotas sobre as telhas. Há banda sonora mais moldada para “isolamento”? Raio de espírito consumista! Queres sempre mais. Muito mais.

Dança

Danço sobre vidros com as pontas dos pés
Sou imune à dor
O coração pára
O sangue deixa de circular
A mente deixa de pensar
Eu na dança esbelta da existência.

Murmúrio

És suspiro de chamas
És ar corrente
És brilhantemente sombrio
Vês-me?
Estou bem aí
Aí...
Tenho toque genuinamente frio
Sentes?
Sou o Diabo no teu ombro
Murmurejo pecados
Ósculo o teu pescoço
Sufoco com os teus cabelos atados na garganta
Afogo-me na tua essência
Eu vivo-te.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Dentes

Despenteei o cabelo
Não satisfaço ninguém
Sou neve, sou fogo
Sou desequilíbrio sadio
Sou norte e sul
Sou quem quiser
Componho mentes
Mordo!

13:20h

Olhar fixo de olhos verdes encantados
Toque firme de mãos sem medida
Puxão carregado de certeza e confiança
Cheiro quente, suave, dele
Lábios esculpidos.

Lilás

Meu mundo toco-te com a ponta dos dedos
És apetecivelmente frágil
Viajo em ti vezes sem conta
Sou gato vadio por excelência
Sou mestre em teorias lunares
Trepo plátanos
Alimento-me de expressão
Ignoro-o, ignoro-te, ignoro-me
Sou alma lilás.

Chão

De pernas à chinês sento-me sobre o tapete azul.Escureceu.Eles dormem. As cadeiras estão desarrumadas.

Noite

Aquela luz ilumina a noite
Ela é tão intensa que mexe comigo de forma surreal
Luz, ele habita em ti
Tu abate-lo nesse brilhar incandescente
Essa existência deixa-me desnorteada
São emoções incertas
(Estremeço!)
São sensações de vidas passadas
Ele prende-me
Acelera-me o batimento cardíaco
É ser sem face
É enigma
É inexequível invadir-lhe a alma
Como é que ele entra em mim?
Há um entendimento extra corporal.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009