terça-feira, 25 de maio de 2010
Azul
Viajo pela orla sem relógio no pulso. O sol é quente. Descongela-me cada poro desidratado e consome-me as entranhas putrefactas. Perco oito quilos e seiscentos gramas. Os pés germinaram para, nus, prosseguirem. Trilho sem destino. Trilho com gosto de vento. Trilho escoltado por tudo que nunca quis ter. Trilho de impossibilidades atingíveis. Asfixio e tropeço em palavras presas no tórax. O trilho é duradouro. Em três passos perder-te-ei de vista. O farol ardeu. A minha cabeceira é nordeste. A tua é norte. A tua voz… Os teus murmúrios… Fechá-los-ei num búzio branco que carregarei ao peito. Juro-te que os meus olhos serão impenetráveis.
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1 comentário:
os faróis acabam sempre por arder.
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