segunda-feira, 14 de junho de 2010

Taste

Mesmo de peito quente sinto o toque gelado das tuas impressões digitais no vidro e das pingas de tinta negra dele na tijoleira. Estão na nuca. Saíram do alcance dos meus olhos sequiosos. Os dedos também lá não querem pisar. Deixo os vestidos no sótão. O caderno de capa rija acompanha-me em silêncio até ao colchão que me acolhe todas as madrugadas. O caderno está cheio de pudores escondidos do meu próprio alento. Conto-vos a vós que não vos conheço o rosto. Conto-te a ti de olhar cheio de letras. Amanhã brotará audácia para te dizer a dimensão do meu esforço quando te tenho por perto. É impossível não te ler.

1 comentário:

Mónica Lacerda disse...

de quem falas tu.

fico a desejar que tudo te encha esse peito de mulher que tem uma menina-cereja dentro.