domingo, 9 de outubro de 2011
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Sim fui afortunada, em tempos, tal era a castidade. Não assimilava que a mãe sempre foi doente e que Tu chegavas tão tarde para lhe garantires os vícios. Lembro-me de em tempos não jantar conTigo, de não Te desejar boa noite ou de não Te ter aos fins-de-semana. Tu não fugias não. Achava eu que tudo era perfeito enquanto Tu te matavas por nós. A Avó era tabu e as caçadas aos caracóis foram banidas. Sorria sem saber quem Tu eras. Só nos últimos seis anos é que descortinei todo o ser humano incrível que se afogava em trabalho para nada nos escassear. Mesmo quando me trilhavas os sonhos com uma sova de realidade eu venerava-te. Vivia vaidosa de tanto esplendor. De tudo tagarelavamos. Eras um braço direito e duas pernas. Não te ver chegar, não te perguntar o que almoçaste… Esta foi a maior punhalada que alguém me poderia abonar. É dor. Dói que mói. Naquela primeira noite de 2007 chorei de um pavor futuro. Oito meses morreram e Tu foste diagnosticado. Tudo parecia solucionável até Março de 2011. E eu nem passei o meu aniversário ao teu lado. Quem me dera ter recebido toda essa pujança. Lembro-me do cheiro, da luz, do som e até da tua árvore. Aquele choupo que se via da tua janela.
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1 comentário:
o arrependimento não tem o direito de morar num peito tão quente. numa alma tão vida.
joga a bola para a frente e corre atrás. toda a gente o fez...sempre o fez...
o mundo é vida e vida é puta mas cá estamos nós, sãos, para mander foder a putaria.
somos aço! e aço não quebra. aço não parte. aço não ganha ferrugem.
aço perdura no tempo e endurece, não perde a moda.
aço é lindo, aço é puro.
aço és tu, aço sou eu, aço somos nós e as correntes são e serão de aço.
que belas correntes, que belas correntes de aço.
amizade-aço.
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