segunda-feira, 19 de maio de 2014
Desventura
Tu pássaro enclausurado desafinado que insiste em rotular o Amor. Desprezaste peitos surdos onde habitam corações. A madeira é a mesma mas os colos são outros. Tu cobra sem horizonte, Inverno sem fim, chuva de Janeiro. Amor é Verão, quente coração. Galgas tu o mar, dia sim. Pedinchas e não chega. As mariposas não correm. Dissimulado que frui o que não possui. Amarga, chora. Enrosca-te nessa cama sem satisfação. Implora Amor e Amor deterás. Promessa de vida para os teus olhos embriagados de melodias mudas. Alma tua que lacrimeja não vale dor. Absolvido nunca serás se a tua pele perdurar ateada. Luz obscura que cata túneis companheiros de sofá-cama. Mulheres feitas para o amor de letras, amor de suor. Tu pássaro de chão, para quê tanto céu? Pode ser que nunca brotem girassóis no teu quarto. Se pretenderes ver as flores que nascem na penumbra não o profiras. Tu delito que compõe as trevas sem remissão, se o galo cantar esse teu Amor raiará. Se o jardim florir conivente com o sol é Amor.
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