quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Bule
O egocentrismo dela não a perturba da forma mais correcta. Pensa nele como um infatigável aliado. Não é zombie e porta um órgão chamado coração debaixo das costelas. A razão do seu ser não o sabe. Talvez lhe incutiram que a ideia de dividir e ficar sempre em terceiro lugar era primorosa. Espaço dela, espaço dela. São pequenas batalhas que nunca travamos. Apagaram-lhe as fragilidades tontas de grávidas de mar e céu. Embuchou as próprias entranhas e deu à luz seres sem sentidos. O mundo terminará assim que ela se sentar no velho e grandioso cadeirão vermelho. Não haverá mais janelas, pontes e abismos. O seu bafo de dióxido de carbono aquecido ceifará cem mil borboletas. Desejos ficarão trancados em molduras sobre o aquário de água salgada na parede do hall. Depois de enclaustrar os olhos e da gata lhe emaranhar o cabelo nos ombros haverá lágrimas de culpa.
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1 comentário:
eu gosto mesmo muito disto
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