terça-feira, 6 de abril de 2010
Almofada
Esta manhã não clareou. O cuco fugiu do meu relógio de bolso. A maquilhagem da noite anterior já não cobre as marcas dos teus dedos. O perfume de Jasmim já não camufla o cheiro da sujidade dos meus poros. Pé ante pé cheguei à sala em jeito de menina e vasculhei os armários. Achei o velho colar de diamantes. Decidi colocá-lo e sentar-me em frente ao toucador. Escovei o cabelo negro desconcertado. As lágrimas que me lavavam o rosto desaguaram no Nilo e dei comigo a almejar mil oásis da Babilónia. Não estavas ao meu lado. Era ele. Ele que não vive ou que simplesmente ainda está no Mediterrâneo atrasado. Os minutos dele são anos meus de desespero. Eu não aguentarei outra viagem na tua nau pelos oceanos. Prefiro morrer de ânsia.
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1 comentário:
os toucadores têm sempre o seu quê de destruidores da alma de uma mulher.
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