quinta-feira, 10 de abril de 2014

21

Quero murmurar orações neste fundo lúgubre. Meses sem alento ou crença. Noites em claro sem uma caneta. E não chegarão mil promessas para vomitar o que está nos pulmões. Arruinei horas e quatro estações. Não sei como abeirei terras tão verdes. Pessoas, dezenas. Toda a balbúrdia e inconstância fizeram-me devorar toda a saudade do mar. Onde estou eu? Estes metros quadrados são minguados. Não consigo esboçar. Pareço um naco glacial no meio do deserto. Sadios eram os quilómetros em climas quentes, o cabelo à sorte e a pele pelada. O meu trilho está dissimulado. Os barões da minha existência aprumam-me. Desfruto da coluna quente e dos pingos assassinados.

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